sábado, 7 de dezembro de 2013

A formação do professor

Da coluna Política, no O POVO deste sábado (7), pelo jornalista Érico Firmo:
Ao longo da semana passada, a coluna se debruçou sobre o debate acerca da crise do ensino médio no Ceará e no Brasil. A esse respeito escreveu André Herzog, professor do Centro de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e ex-reitor da Universidade Regional do Cariri (Urca). Ele comentou especificamente um dos pontos levantados no sábado passado pelo deputado federal Artur Bruno (PT), que apontou entre as conclusões da comissão especial da Câmara dos Deputados que tratou do assunto a necessidade de reduzir a quantidade de disciplinas obrigatórias, agrupando-as em áreas maiores, relacionando e integrando assuntos. Partiu-se do princípio de que os estudantes veem conteúdos demais e aprendem pouca coisa.
Herzog destaca que há debate acumulado desde a Constituição de 1988, que envolveu Ministério da Educação, entidades de classe e universidades. O professor considera que os Parâmetros Curriculares Nacionais já definem conteúdos de forma bastante apropriada, “sem excessos e faltas, estabelecendo verdadeiramente critérios mínimos nacionais, em tese”.
Herzog aponta que a questão fundamental, para além do conteúdo, é a qualificação do professor. “Não se faz educação sem educadores, e quem educa os nossos educadores? Como estão sendo educados? Taí a greve das três universidades estaduais, novamente. São quem mais prepara para a docência no Estado, sobretudo no Interior, onde a UFC levou 50 anos para pisar”.
De minha parte, cabe destacar que, embora não tenha mencionado na coluna de sábado, Artur Bruno efetivamente apontou ideias da comissão a esse respeito. A proposta, conforme o deputado, é mexer radicalmente na formação inicial. Entre as metas, ter 100% dos professores do ensino médio com nível superior no prazo de 10 anos – atualmente são 76%. A questão passa, também, por valorização. A média de remuneração dos professores estaduais pelo Brasil é de R$ 2,6 mil. A meta proposta pela comissão especial da Câmara é que, em seis anos, equiparar os professores à média salarial dos profissionais, de todas as áreas, que possuem nível superior – atualmente, esse valor é de R$ 4 mil. De fato, esse debate é central. E é preciso ir além.

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