A primeira descoberta de petróleo em águas profundas potiguares
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A Petrobras comunicou agora há pouco ao mercado a efetivação da primeira descoberta de petróleo em águas profundas do Estado do Rio Grande do Norte.
A descoberta ocorreu na concessão BM-POT-17 durante a perfuração do poço 1-BRS-A-1205-RNS (1-RNS-158), informalmente conhecido como Pitu, em profundidade de água de 1.731 metros e localizado a cerca de 55 km da costa do estado do Rio Grande do Norte. Segundo a empresa, o intervalo portador de petróleo líquido foi constatado por meio de perfis e amostragens de fluido que serão caracterizados por análise de laboratório. O poço ainda está sendo perfurado a uma profundidade de 4.197 metros e a perfuração prosseguirá até 5.028 metros.
A Petrobras é a operadora da concessão BM-POT-17, com 80% de participação, em consórcio com a empresa Petrogal Brasil
S.A., que detém 20%. Mas a nota oficial da estatal brasileira informa ainda que o projeto encontra-se em meio a um processo de cessão parcial de interesses, com a Petrobras cedendo parte de seu percentual à BP inglesa. A configuração após tal cessão será: Petrobras (40%), BP (40%) e Petrogal/Galp (20%).
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A descoberta vem a ser a segunda em águas profundas da Bacia Potiguar (que se estende até o Ceará). A primeira havia sido comunicada em outubro deste ano, na parte cearense da mesma bacia, no prospecto denominado Tango.
Para o Rio Grande do Norte, a descoberta tem uma importância que poderá se revelar histórica, pois, uma vez avaliada economicamente e declarada comercial, tem o potencial de descortinar um novo horizonte para o setor de petróleo no Estado. O setor, que se encontra sob grande apreensão quanto ao seu futuro no RN, com o esperado declínio e maturação dos seus campos terrestres, vislumbra no offshore a continuidade da sua tradição petroleira e a manutenção (e crescimento) dos investimentos na área. O sucesso na avaliação destas descobertas poderá tornar a aumentar a importância da nossa bacia na lista de prioridades de investimentos da Petrobras como também de outras empresas já concessionárias ou potenciais interessadas.
Dois esclarecimentos necessários: (i) a nota não faz menção ao tipo de formação onde a descoberta foi realizada, mas certamente não se trata de pré-sal. Isso absolutamente não diminui ou afeta o potencial de ser grande ou pequena, mas (ii) o reservatório ainda deverá ser delimitado por poços e perfurações adicionais e, uma vez avaliado técnica e economicamente, poderá ser declarada, ou não, a sua respectiva comercialidade. Só então se iniciaria a fase do desenvolvimento da produção (concepção, construção e instalação de plataformas etc.) e finalmente a produção.
Mas temos fé de que estes dois pontos de referência, no Ceará e no RN, não seriam anunciados como Fato Relevante caso fossem, inversamente, irrelevantes.
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