domingo, 29 de dezembro de 2013

A Sudene e o jogo da verdade

João Lyra Neto
Jornalista

A tão falada política de governadores estabelecida dentro do Conselho Deliberativo da Sudene, como força propulsora dos interesses do Nordeste, no encaminhamento e solução dos problemas junto ao Governo Federal, prevaleceu, sem duvida, anos e anos. Essa frente, vamos dizer, organizada para defender, em termos regionais, os mais intricados problemas do Nordeste era, no entender de muitos o esteio daqueles que desejavam tudo da Sudene, favores fiscais e financeiros, muitas vezes até ameaçados de divisão pela força poderosa dos capitalistas e industriais da área. E o Poder Central fazia, consequentemente, a vontade dos “Reis e Senhores”, para que não faltasse, ao tempo da política de mando, aqueles tão necessários recursos a manutenção dos planos e programas governamentais.

A partir de 1964, a coisa mudou de figura. O todo poderoso passou a ser o Governo Federal, contra a todas as frentes e jogos que envolvessem a demagogia como mola principal. A Sudene continuou com suas portas abertas, sem negar nada à ninguém. A política de atendimento vinha prevalecendo dentro de critérios pré-analisados exigidos para cada caso e com base nos planos diretores de cada triênio, olhando, objetivamente, para esse ou aquele problema regional. Não se pode negar que o Nordeste avançou demasiadamente no campo da eletrificação dos micro-ondas, telecomunicação, das obras vultosas, da açudagem , rodovias, construção de casas populares, rodovias etc. Tudo que se tinha desejado o “abre-te sésamo” funcionava identificado com a política do desenvolvimento que o Governo Federal desejava ver realizado, com a atuação dos governadores e aprovação de projetos relativos aos seus Estados.


Quantos projetos agropecuários e industriais foram mensalmente aprovados para que não faltasse ao Nordeste os recursos financeiros e técnicos para sua expansão? Tudo isso reforçado pela inegável aplicação dos recursos das ART. 34/18. A Sudene, inclusive, vinha adotando uma política agropecuária semelhante a dos órgãos do ministério da Agricultura, criando e projetando campos de mudas de fruticultura e pastos nativos nos Estados da Paraíba, Pernambuco e Rio G. do Norte, para que não faltasse ao agricultor os tão reclamados recursos. Não era, exclusivamente a política de governadores que exercia essa influencia na condução dos negócios e sim, a necessidade do crescimento econômico. A Sudene, depois de “trancos e barrancos” voltava a ser com a indicação da economista Tânia Barcelar pelo ministro da Integração Ciro Gomes. O seu funcionamento é, sem duvida alguma, uma frente de trabalho importante para o Nordeste.

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