domingo, 14 de agosto de 2016

Joaquim Barbosa: "aquilo foi uma encenação"

“Hoje é o dia mais dramático para o país em 30 anos”. Foi assim que o ex-presidente do STF Joaquim Barbosa abriu sua palestra para empresários, horas depois de encerrada a votação do Senado que tornou a presidente Dilma Rousseff ré no processo de impeachment. Ele disse que nem quis  acompanhar a sessão, que definiu como “sessão de conchavo”. E mais ainda:

 - Aquilo ali era uma pura encenação para justificar a tomada do poder.

Embora não tenha pronunciado a sigla PMDB, desqualificou o partido de Temer e apontou a ilegitimidade de seu mandato caso seja efetivado no cargo.

- Vão colocar no  governo alguém de um partido que nunca ganhou uma eleição presidencial. Vão  colocar alguém que sequer um dia poderia ter tido o sonho de disputar uma eleição para presidente da Repúbica. O Brasil, anotem, vai ter que conviver por mais de dois anos com esta anomalia.

Para Barbosa, Dilma não soube combater a corrupção mais foi afastada por acusação que não constitui matéria para impeachment e, as pedaladas e os decretos orçamentários. Criticou ainda a  ligeireza do processo.

- Meu temor é este, o de que se torne fácil, banal, trivial, de agora para a frente, tirar um presidente da República do cargo. Basta que ele contrarie os interesses de meia dúzia de parlamentares poderosos.

O eleitor, o cidadão, disse ele, não foram chamados a participar da solução para a crise política, o que teria sido possível se Dilma e Temer, no momento em que a crise se afigurou grave, tivessem renunciado para possibilitar a realização de novas eleições presidenciais.


- Sou radicalmente favorável à convocação de novas eleições  para presidente da República – disse Barbosa, insuspeito de simpatias pelo PT.

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