VALE A PENA LER ( II )
PORQUE SOU CONTRA DO DESMEMBRAMENTO DE APODI
leia abaixo:
O porquê de ser contra ao esfacelamento do município de Apodi é de que tenho motivos de sobra. Tenho sido abordado e questionado dá minha posição, por poucos, quanto à emancipação de Soledade e adjacências; para essa minoria, se concretizando o intento o progresso chegaria, por lá. Ledo engano! Parece que esses apodienses estão dormentes, embebidos da ideologia de que com a divisão territorial, melhorará as mil maravilhas, aquela comunidade da chapada. Ora, quantas cidades já foram criadas e hoje, estão estagnadas com as mesmas políticas se repetindo; mudaram os “vaqueiros,” mas o rebanho continua sendo tangido do mesmo jeito! Eis aí, uma das respostas dadas e tenho outras que faço questão de numerá-las, abaixo, caso se consolide a separação:
1. Há interesses escusos (?);
2. Além dos royalties, ficaremos sem os recursos minerais valiosíssimos da chapada, tais como: o gás natural, o petróleo e o calcário;
3. Seremos despojados do maior lençol freático do Estado (em calamidade de água no Apodi, num futuro próximo, pagaremos àquele novo município, pelo maior recurso de fonte de vida, por algo que teria sido nosso);
4. Perderemos a posição de termos o maior rebanho caprino de Estado;
5. Sem a lenha vindo da chapada que move as padarias, cerâmicas e outras pequenas indústrias, etc. Quem sabe, se no futuro se pagará imposto pelo material retirado do suposto novo município, com destino ao Apodi?;
6. Quanto à chapada do Apodi, onde se encontra melhores terras férteis do município, tão ressaltada por Câmara Cascudo, que disse em 1929, ao passar em viagem: “O carro corre pela maravilhosa chapada do Apodi, indizível beleza envolvedora que um dia a mão do homem transformará no maior fator econômico para a província.” (ver Viagem pelo Sertão, 1975, p. 59). Hoje, com a barragem de Santa Cruz (uma realidade) e a chapada irrigada (no futuro), será a redenção tão sonhada pelos apodienses antepassados. Com o suposto desmembramento, será o maior golpe perpetrado a economia de Apodi e aos seus munícipes, em geral;
7. No aspecto histórico, cultural e educacional, como vamos cantar o hino do Apodi? Composto pelo saudoso filho da terra, o historiador, folclorista e poeta – José Martins de Vasconcelos e, também o do bicentenário da paróquia, por ambos louvarem a riqueza das terras férteis do lugar, que hoje querem desvincular;
8. A oportunidade de o progresso estender-se a todos se aproxima, divididos, não se conseguirá o almejado desenvolvimento (somente unidos!);
9. Uma minoria não pode ser beneficiada (ficando com a maior parte dos bens minerais do município) em detrimento da maioria (em população, que ficará a ver-navios);
10. Além da lei não está regulamentada, no tocante a criação de novos municípios, o autor do pressuposto “encurtamento” do Apodi, não respeitou os apodienses e a Lei (exemplo: os trâmites a serem seguidos, para tal fim), com debates exaustivos com a sociedade apodiense, como também a realização do plebiscito. De tal maneira, fica claro que é uma posição unilateral do deputado Leonardo Nogueira e seu pequeno grupo;
11. O deputado citado está sendo precipitado por não contar com o respaldo da população, pois ao invés de trazer benefício, trará mais do que prejuízo – revolta e antipatia, devido ao seu inglorioso projeto e, consequentemente, perda eleitoral;
12. Vale salientar, desde quando alguém se separa e leva tudo, deixando a outra parte, sem nada?
13. Nenhum projeto por parte de deputado, seja lá qual for não deverá ser aprovado quando vem para prejudicar a maioria. Com o hipotético desmembramento, o município de Apodi ficará mais pobre;
14. Então, porque só Apodi pode perder?
15. O senhor deputado liberará, incluirá Jucuri e parte do município de Mossoró para formar o seu pretendido município?
16. A prefeita de Mossoró concordará em perder, abdicará de boa soma dos seus vultosos royalties para o novo município? Será que os munícipes (de Mossoró) são mais assistidos do que os do Apodi, os royalties chega para todos os cantos de Mossoró? Acredito que não! Se um dos motivos da emancipação passa por ai, porque Mossoró continua intacto?
17. Senhor deputado, o petróleo não é recurso renovável! Tem data para exaurir-se, de que sobreviverá o suposto mais novo município? O senhor tem projeto auto-sustentável? Então ponha em prática já, não para depois do causo;
18. Apodi está pouco-a-pouco perdendo a denominação do seu valioso rio – Rio Apodi, para rio Mossoró, já não basta? Agora com o pretensioso projeto de desmembramento de Soledade, ficaríamos sem a geografia da chapada e, logicamente, sem sentido de continuar ser chapada do Apodi.;
19. Finalizo, dizendo que (alem dos danos previstos em outros áreas, citadas acima) histórico, geográfico e culturalmente o topônimo Apodi perderá o seu valor simbólico de ser empregado, tão bem posto poeticamente, cantado e musicado com amor, neste estrilho do hino do Apodi, pro José Martins de Vasconcelos:
“Salve terra querida e pujante,
Salve filha do vasto sertão,
Que o progresso te cinja e levante
Na vanguarda da grande nação!
Natal, 14 de maio de 2007.
Nuremberg Ferreira de Souza
Licenciado em geografia
Servidor do CEFETRN (Natal)
Fone: 3201-8103 e 4005-2652
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