terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O Pulo do Gato chega a Apodi

. Começa hoje a temporada de apresentações do espetáculo Tem Gato na Cachorrada, ou O Pulo do Gato, do grupo de teatro O Pessoal do Tarará, na Casa de Cultura Popular de Apodi, a partir das 20h, até o domingo 31, e com distribuição gratuita de ingressos.O espetáculo estreou em novembro passado, na programação de aniversário de sete anos do grupo, com apresentações também gratuitas no Teatro Dix-Huit Rosado, graças ao apoio do Banco do Nordeste através do Programa BNB de Cultura 2009. O diretor Dionízio do Apodi ressalta: "Apresentar em Apodi é sempre uma alegria, e por isso, queremos agradecer ao Banco do Nordeste pelo apoio que tem dado ao grupo, e por nos possibilitar levar nosso teatro para toda a parte".
Tem Gato na Cachorrada, ou O Pulo do Gato, é um espetáculo do Grupo de Teatro O Pessoal do Tarará, que não utiliza a linguagem verbal. Nele, os atores expressam sentimentos humanos, a partir de situações corriqueiras de violência, carinho, solidão, amizade, utilizando o corpo como ferramenta fundamental para expressar o que é vivido no interior de cada ator. Para dificultar mais ainda o jogo e o exercício, o grupo resolveu viver as situações com os atores interpretando animais (cachorros e gato).
O espetáculo partiu da necessidade de valorizar o encontro do ator com o espectador, como o maior momento do teatro, e por isso assume a influência do Teatro Pobre de Grotowski, que estimulou, em diversos momentos da montagem, uma maior atenção para as inúmeras possibilidades que o ator dispõe para se expressar, sem ter necessidade de figurinos, cenário, música instrumental, e da própria linguagem verbal.
Apesar dos atores viverem cachorros e gato, o humano está presente o tempo inteiro, transformando o espetáculo em um espelho de nossa sociedade. Cada espectador constrói a sua própria dramaturgia, o que torna o espetáculo O Pulo do Gato (Tem Gato na cachorrada) numa grande metáfora que pode ser compreendida em qualquer país.
O Pessoal do Tarará foi fundado em 13 de novembro de 2002, em Mossoró (RN), com o objetivo de fazer um teatro popular, onde a experimentação, a ousadia e a qualidade pudessem estar sempre presentes. Um dos muitos desafios que estão sempre sendo enfrentados é o de atingir públicos das mais variadas classes sociais, com um carinho especial àqueles que não têm recursos financeiros para ir a uma casa de espetáculos. O Pessoal do Tarará desenvolve um trabalho social, mas se preocupa, acima de tudo, com a qualidade do trabalho que é realizado (seja na rua, no teatro ou em sala), pois acredita que o social precisa ser desenvolvido junto com um trabalho teatral de qualidade.
A preocupação com a informação teatral (estudo de autores, textos e teorias, bem como a prática, através de exercícios) veio de imediato, levando o grupo a iniciar um trabalho de pesquisa que permanece até hoje, não parando quando se consegue algo, mas se aprofundando a partir de cada nova descoberta. O Pessoal do Tarará desenvolve um trabalho intenso de pesquisa e de construção de repertório. A jornada de oito horas diárias de trabalho mostra um teatro movido pela paixão, mas ao mesmo tempo com conotação profissional, onde os integrantes se dedicam exclusivamente ao grupo.
Programa de rádio, página na internet, espetáculos, exposições fotográficas itinerantes, documentários, filme, e principalmente, o respeito do público, foram pontos conquistados pelo grupo até aqui. Para O Pessoal do Tarará, o teatro é maior que os adjetivos, e não há uma preocupação em dar nome ao que faz, mas em viver intensamente, em qualquer lugar, assumindo o espírito de artista em tudo o que faz.
O grupo desenvolveu uma série de atividades no Rio de Janeiro no projeto 'O Pessoal do Tarará no Rio', onde o grupo fez apresentações de seus espetáculos ('O Inspetor Geraldo' e 'A Peleja do Amor no Coração de Severino de Mossoró') e realizou oficinas e palestra, no período de 04 a 15 de novembro.
Jornal de Fato

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