A nota da Magistratura
Deu no Estadão.
Entidades de classe de
magistrados publicaram nesta sexta-feira, 16, nota pública condenando o
tratamento dispensado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro
Joaquim Barbosa, ao ministro Ricardo Lewandowski na sessão do julgamento dos
embargos declaratórios na ação penal 470 (mensalão) nessa quinta-feira, 15.
Para a Associação dos Magistrados
Brasileiros (AMB), Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho
(Anamatra) e a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), “a insinuação
de que um colega de tribunal estaria a fazer ‘chicanas’ não é tratamento
adequado a um membro da Suprema Corte brasileira.” A nota é assinada pelos
presidentes da AMB, Nelson Calanda, da Ajufe, Nino Toldo, e da Anamatra, Paulo
Schmidt.
As associações destacam que é
preciso haver cortesia – de acordo com o Código de Ética da Magistratura
Nacional – e que, embora divegências sejam “naturais e compreensíveis em um
julgamento”, o tratamento entre os ministros deve se conservar respeitoso. “Os
magistrados precisam ter independência para decidir e não podem ser criticados
por quem, na mesma Corte, divirja do seu entendimento”, diz a nota.
As associações dizem que atitude
como a de Barbosa na sessão pode influir negativamente no conceito que se tem
sobre o STF e afirmam esperar que “o respeito volte a orientar as atitudes de
quem tem o dever maior de julgar as grandes causas da Nação”.
As três associações já haviam
assinado, no início de março, uma nota de repúdio a declarações de Barbosa de
que juízes brasileiros têm “mentalidade mais conservadora, pró status quo, pró
impunidade”. Em nota pública, disseram que “não admitem que sejam lançadas
dúvidas genéricas sobre a lisura e a integridade dos magistrados brasileiros”.
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