sábado, 21 de dezembro de 2013

A triste impressão é a de que a justiça eleitoral cria dificuldades para vender facilidades

Nos últimos meses, acompanhando a situação da Serra do Mel e de Carnaubais, onde vi os adversários de Manuel Cândido e de Luizinho Cavalcanti comprando votos descarada e escancaradamente, para depois ver, de queixo caído, os dois sendo cassados por “captação ilícita de votos”, perdi por completo o respeito pela Justiça Eleitoral do Rio Grande do Norte. A imagem que dela tenho hoje é a que ficou impregnada nos corações e mentes potiguares depois do escândalo dos precatórios e das denúncias abafadas de venda de sentenças e ainda a imagem de que chegaram a um acordo com o Governo do Estado para jogarem ao lixo os direitos dos servidores públicos em troca dos seus próprios privilégios, em que o Judiciário potiguar custa o equivalente ao de Pernambuco ou o do Ceará, que são três ou quatro vezes maiores. É tão grave a situação, que diariamente encontro amigos me pedindo para engolir tudo isso calado, sob pena de cair em grave desgraça. Mas, infelizmente, sou daqueles que gostam de olhar no espelho e não sentir vergonha das próprias fuças... Juízes, desembargadores e ministros das diversas instâncias, se tivessem o mínimo de sensibilidade pessoal e de dignidade jurídica jamais poderiam entrar em acordo com o travesseiro e dormirem sonos tranquilos diante da profunda injustiça e do conjunto de males que conseguiram impingir à comunidade de Serra do Mel, onde afastaram um prefeito honesto e eleito pelo povo contra o trabuco, a perseguição, brejeira e negligência da própria lei, deixando no poder os que abertamente roubam para se eleger e se elegem para roubar. E, o que é pior, tudo isso com apoio das forças públicas e da própria Justiça. A bandalheira corre solta, estuprando-se os cofres públicos e ceifando-se vidas no mesmo ritmo que vinham fazendo antes do assassinato de Ednaldo Filgueira. E os homens da lei e os inimigos da lei comendo num cocho só... Diante deste puxa-encolhe de cassa e descassa Cláudia Regina, da cassação de Rosalba Ciarlini com uma pena que claramente extrapolou os autos do processo, como que para deixar uma brecha para a reversão a troco não sei de quê, e agora com a suspensão dos direitos políticos da deputada Larissa Rosado, mais uma vez extrapolando os limites do processo, chegando a cassá-la de um mandato conseguido dois anos antes do pleito em julgamento, vai ficando claro que querem fechar uma porta e abrir outra, onde se negocia não sei como, possibilitando a volta dos mesmos a quem provocaram a ida. Exemplo melhor não se pode ter que a presepada de Baraúna, onde o prefeito foi cassado e afastado, a candidata segunda mais votada foi diplomada e empossada e antes que pudesse espanar a poeira da cadeira alcaidina, ao prefeito foi permitida a volta. A Justiça estica a corda das campanhas fora de época. E as passeatas de comemoração das quedas dos prefeitos cruzam nas ruas com as passeatas dos que comemoram a volta do prefeito ou prefeita ao cargo. Recursos e mais recursos jurídicos, movidos a não sei que tipos de recursos outros, vão deixando a triste impressão de que determinadas instâncias jurídicas não passam mesmo de casas de recurso... Uma coisa não convence ninguém. É de que as coisas estejam sendo feitas com base no Direito. Não posso crer que tenhamos promotores e juízes analfabetos a ponto de não saberem produzir uma ação ou lavrarem uma sentença que se aproveite. Isoares já está de volta à sua cadeira, Larissa não perderá o mandato de deputada estadual, Rosalba continua governadora e Cláudia Regina pode voltar a qualquer hora. Dá para acreditar que isso é sério???

Crispiniano Neto

0 comentários:

Blog do Prof. Ozamir Lima - Designer: Segundo Freitas