quarta-feira, 3 de outubro de 2007

INSEGURANÇA CUSTA 11% DO PIB DO PAÍS


Enquete realizada pela ONU perguntou aos cidadãos se eles se sentiram seguros ao sair à noite. No Brasil, 70% disseram não

O custo da insegurança no Brasil consome quase 11% do PIB do país. A avaliação integra o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a violência nas cidades. Segundo o levantamento, US$ 49 bilhões são gastos no Brasil em segurança por ano - 60% desse total sai do bolso dos cidadãos.

Para a entidade, as grandes aglomerações somente serão seguras quando os níveis de desigualdade forem reduzidos. "O medo do crime é um dos fatores que mais influenciam hoje nossas vidas cotidianas", afirmou Ban Ki-Moon, secretário-geral da ONU.

De fato, o temor da violência no Brasil coloca o país em primeiro lugar em uma enquete que perguntou aos cidadãos se se sentiriam em segurança em circular durante a noite em suas cidades: 70% dos brasileiros afirmaram que se sentiam inseguros, seguidos pela África do Sul, Bolívia, Botsuana, Zimbábue e Colômbia. Só 17% dos entrevistados no Canadá afirmaram temer circular à noite.

O documento indica que 25 mil casas contam com câmeras de vigilância e que hospitais públicos gastam seus escassos recursos para atender vítimas da violência.

Desde os ataques da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo, em maio de 2006, as vendas de carros blindados subiram 33%. O relatório aponta que as companhias de segurança no Brasil já empregam 1,5 milhão de pessoas. Em termos porcentuais, o custo da violência em outros países latino-americanos, porém, é maior que no Brasil. A insegurança custa 25% do PIB da Colômbia e de El Salvador por ano. No México e Venezuela, a taxa é de 12%.

Segundo a ONU, no Rio de Janeiro os índices de homicídio triplicaram desde a década de 70, enquanto que em São Paulo o número quadruplicou. O estudo indica que na América Latina, onde 80% das pessoas moram em áreas urbanas, cidades como o Rio, Lima (Peru), Cidade do México (México), São Paulo e Caracas (Venezuela) são responsáveis por mais da metade dos crimes em seus respectivos países.

Ocupações - Entre 2001 e 2010, o Brasil produzirá 2 milhões de novos favelados, segundo estimativa da ONU. No total, o mundo já conta com 1 bilhão de pessoas vivendo em cerca de 200 mil favelas espalhadas pelos países mais pobres. Em 1990, o número de favelados no mundo era de 715 milhões. No caso do Brasil, o país deve atingir a marca de 53 milhões de favelados em 2010, quando a população nacional será de quase 200 milhões. Em 2001, esse número era de 51 milhões.

Até 2020, o número de pessoas vivendo em favelas nas cidades brasileiras chegará a 55 milhões.

Apesar do incremento de favelados até 2020, o Brasil cairá no ranking. Em 2001, o país ocupava a terceira posição e era superado apenas por Índia e China em número de favelados. Em 2020, Nigéria, Bangladesh e Paquistão vão superar o país. Na China, serão 277 milhões em 2020.(j.c)

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