segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Até que ponto o Ideb mede a educação?

Até que ponto o Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb) mede a qualidade da educação brasileira? A pergunta está na cabeça de muitos pesquisadores e estudiosos desde que o Ministério da Educação (MEC) divulgou, no mês de junho, os resultados do Ideb de 2007.

Os resultados apresentados ao público revelam um aumento significativo do desempenho de redes e escolas, a ponto de o Brasil ter antecipado em dois anos o cumprimento de metas previstas para 2009. Nos anos iniciais do ensino fundamental e no ensino médio, o Ideb de 2007 ficou, respectivamente, em 4,2 e 3,5 - metas que se esperava atingir apenas em 2009. Nos anos finais do ensino fundamental, o Ideb verificado em 2007 foi de 3,8 - 0,1 ponto acima do estabelecido para 2009.

O maior avanço se deu nas séries iniciais do ensino fundamental. Nessa etapa, 20 das 27 unidades da Federação se igualaram ou superaram a meta para 2009. Nos anos finais do ensino fundamental, 15 estados ultrapassaram as metas para 2009. Já no ensino médio, o avanço foi mais tímido; ainda assim, sete unidades da Federação chegaram ao padrão esperado para daqui a dois anos.

Também chama a atenção, entre outros resultados, que o Nordeste, historicamente conhecido pelos problemas e dificuldades no campo da educação, tenha sido a região que puxou o avanço nos anos iniciais do ensino fundamental. Ou que Minas Gerais, que costuma se destacar positivamente nas avaliações oficiais, não tenha alcançado a meta do Ideb para 2007 no mesmo nível de ensino.

Esses resultados têm levado muitas pessoas - inclusive nos bastidores do MEC - a se perguntar quais são as causas de aumento tão significativo e, em certa medida, surpreendente. Afinal, não existem muitas dúvidas de que os efeitos das ações e políticas no campo da educação tendem a se materializar em médio e longo prazos. Fica no ar, então, uma questão: o que as redes públicas de ensino fizeram para gerar resultados positivos tão rapidamente? Afinal, o Ideb foi anunciado em abril e a Prova Brasil, cujos resultados compõem o índice, foi feita em novembro.

Enquanto alguns buscam as fórmulas para o sucesso, outros levantam a hipótese de que a fotografia da educação brasileira revelada por meio do Ideb talvez não corresponda exatamente à realidade das escolas e redes de ensino. Alguns apontam erros na base de dados do Educacenso, de onde se extrai a taxa de aprovação que, junto com a média dos alunos na Prova Brasil e no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), origina o índice conhecido como Ideb.

Erros de informação

Esse teria sido o caso do município de São Paulo, onde alunos transferidos e que abandonaram os estudos durante o ano letivo de 2007 foram computados como reprovados, falseando os dados. Como a taxa de reprovação registrada no Educacenso foi maior do que a efetiva, a aprovação considerada para efeito de cálculo do Ideb foi menor do que a real. Por isso, o Ideb da capital paulista ficou abaixo do que deveria ser, segundo as autoridades locais.

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