sábado, 18 de julho de 2009

Os farsantes

Publico artigo do jornalista Daniel pereira,repórter político do jornal Correio brasiliense:

É debitada na conta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a permanência de José Sarney (PMDB-AP) no comando do Senado. Segundo os oposicionistas, por exemplo, sem o apoio de Lula e de um PT devidamente enquadrado, Sarney já teria caído do posto devido às denúncias de irregularidades administrativas cometidas na Casa. A versão é verdadeira. Mas só explica em parte por que o peemedebista não se licencia nem renuncia à presidência. Tão determinante quanto a intervenção do Planalto é o fato de os senadores terem sido cúmplices das malfeitorias realizadas nos últimos anos. Seja em benefício próprio, seja por conivência. Hoje, não passa de farsa a surpresa demonstrada por parlamentares diante das decisões tomadas pelo ex-diretor-geral Agaciel Maia, o “doutor Agaciel” tão festejado nos corredores do Congresso e nos convescotes de Brasília.

“Dizer que a crise do Senado é só do Sarney é uma brutal injustiça”, disse ontem, no plenário, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). “Os problemas não foram fundados agora. Desenvolveram-se por muitas mãos, mas, fundamentalmente, foram os senadores, ao longo dos anos, que estabeleceram este ambiente que não resiste à luz do dia”, completou. Guerra falou num aparte a discurso do colega de bancada Arthur Virgílio (AM), que recorreu a um empréstimo de Agaciel, custeado com dinheiro público, para pagar uma conta de hotel em Paris. Antes deles, Efraim Morais (DEM-PB) defendeu na tribuna sua gestão na Primeira-Secretaria da Casa. Foram quatro anos à frente da “prefeitura do Senado”, tempo suficiente para colecionar denúncias de superfaturamento em contratos com terceirizados e licitações. Denúncias, registre-se, negadas pelo líder do DEM José Agripino Maia (RN), mas referendadas por auditorias realizadas a mando de Heráclito Fortes (DEM-PI), que sucedeu a Efraim.

“É uma humilhação. Eu tenho vergonha da posição em que estou”, afirmou o senador Pedro Simon (PMDB-RS), um dos integrantes do já folclórico grupelho ético do Senado. Simon tem razão. É vergonhoso ver os senadores repetirem o discurso do “eu não sabia”, que tanto criticaram quando entoado pelo presidente Lula no auge do escândalo do mensalão. Na farsa montada, esse tipo de declaração é a senha para a absolvição. Não apenas de Sarney, mas de todos os outros parlamentares que, por enquanto, ainda não estão sob a ameaça de um processo de cassação de mandato, apesar de deverem explicações aos próprios pares e à sociedade.

1 comentários:

de brasilia a apodi,de apodi ao brejo...

essor,existe inumeros tipos de farsantes,e o pior é aquele que diz,que ver,que defende as transformações e mesmo assim não as promovem...concorda?e por muitas vezes vende os seus ideias socias ,pelo projeto unico e pessoal,que diga as pessoas assim e nãosó os politigueiros.

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