Mortalidade infantil de FHC no Nordeste foi o dobro do recorde mundial na África
Mesmo fazendo sérias críticas ao estilo Dilma Rousseff, o sociólogo Boaventura dos Santos disse em entrevista: Eu colocaria a presidente Dilma no mesmo pé em que coloco o presidente da Bolívia [Evo Morales] e o governo do Equador. São governos que eu considero progressistas. Não os considero de direita. (…) o que esses governos fazem e que a direita nunca fez na América Latina foi redistribuir esses rendimentos de alguma maneira. Distribuem muito mais que os outros governos. Entretanto, ainda mais interessante do que as críticas ou elogios à Dilma, ambos um tanto previsíveis, é a avaliação que Santos faz de Marina Silva, mesmo se dizendo “amigo” dela. Sem meias palavras, Santos acusa Marina de servir os interesses conservadores. (…) penso que ela é uma cara nova para a direita.’ Pergunta: A ex-ministra Marina Silva tem um discurso mais próximo desses segmentos que o senhor mencionou, meio ambiente, indígenas. Ela serve para a esquerda? Resposta: Eu penso que não. Sou amigo da Marina Silva, estive em vários painéis com ela e comungo com ela muitas causas ambientalistas. Mas acho que não porque a influência religiosa no país iria nitidamente continuar a desequilibrar. A dimensão religiosa que está por trás dela é uma dimensão que, no meu entender, tem mais um potencial conservador do que um potencial da Teologia da Libertação. Portanto é um potencializador de uma interferência conservadora na sociedade. Isso pode ter outras dimensões para os direitos das mulheres, dos homossexuais, para as diversidades sexuais. Por outro lado, sua política econômica, por aquilo que tenho visto e pelos apoios que ela recorre, é realmente uma tentativa de, com uma cara nova, uma mulher, repor o sistema que estava antes. Seria desacelerar ainda mais as políticas de redistribuição social que foram aquelas que, no meu entender, mais caracterizaram o período Lula. Não penso que a Marina Silva esteja muito sensível a isso tudo. Então eu penso que ela é uma cara nova para a direita. Não é uma cara para a esquerda, no meu entender.
Por: Miguel do Rosário
Por: Miguel do Rosário
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